domingo, 29 de dezembro de 2013

MMA: que esporte é esse que dilacera o corpo?

Que esporte é esse que dilacera o corpo? O MMA, para mim, é um reflexo do que as pessoas estão desenvolvendo nos seus lares, transmitindo para os seus filhos a cultura da violência. É agora o MMA um esporte nacional? Vamos nos reunir na sala de estar e observar a violência gratuita televisionada?

Os socos e pancadas dessa arte marcial mista não são técnicas do esporte, é uma regressão humana; diferentemente das habilidades apreendidas no Caratê, no Jiu-Jitsu e na arte marcial exemplo de respeito ao Outro, o Kung-Fu. 

Se essa famigerada arte do confronto físico destrutivo, o MMA, é a união de todas as outras, a técnica está mais encalcada na premissa da dor, não capacitada no equilíbrio da mente humana, mas da vitória. O esporte não é vitória, é lição de vida.

O MMA pode ter as leis que regem o octógono, mas  a sua filosofia não me agrada. 

Desculpem-me os brutamontes. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Os pulsos sem horas

A cidade do Natal parece estar finalmente entrando no top das metrópoles brasileiras de terceira linha. São novos comércios todos os dias, a construção civil novamente sofre o “bum” que os economistas previram alguns anos antes, e o ar mais limpo do país, finalmente não é tão puro assim. Sim, Natal cresce como todas as futuras cidades turísticas e politizadas do Brasil também cresceram. No entanto, as pessoas que moram na cidade não dão mais as horas.

Isso não se deve pela falta de educação que o povo tem, aliás, os natalenses são conhecidos pela receptividade, com os seus turistas. As pessoas não dão mais as horas pelo simples fato de não ter relógios em seus pulsos, em sinal da violenta onda de assaltos ocorridos nos últimos meses, quiçá nos últimos anos. Exato, Natal não é mais uma cidade segura, como contada nas crônicas de Cascudo. Os vizinhos não mais conversam nas calçadas, os casais não mais namoram nas praias; os jovens agora tem medo das festas, quando as brigas são apenas resolvidas com armas de fogo.
Não dar as horas significa o pânico que a sociedade está passando. Todos os dias notícias de jovens assassinados por motivos torpes, mulheres são espancadas, idosos são desrespeitados. Certo, a violência está em todo o lugar ocupado por homens, em toda cidade que se desenvolve, mas nem por isso é aceitável as estatísticas banais consequente desse chamado desenvolvimento. Se existe emprego para os cidadãos, nada mais natural e justo do que também haver segurança para os filhos deles. Se as políticas públicas beneficiam os mais necessitados, homens e mulheres pobres e negros, também nada mais justo que implantar um sistema de saúde que funcione.
Não é um milagre, não é uma utopia. É apenas planejamento. Aliás, se existe violência, e não só aquela em que pessoas morrem por nada, mas por falta de respeito ao próximo. É clássico, ou clichê: se fazes o bem, vais colher o mesmo bem com duas vezes mais de ingredientes. Pode parecer hipocrisia, ou utopia novamente, dependendo do leitor, mas saber que suas ações poderão levar outro indivíduo a agir da mesma forma vale a pena refletir. Com um único gesto de respeito, todo o clima muda, e provavelmente o sujeito que “entregou a carteira que o outro deixou cair”, se sentirá bem melhor. O pipoqueiro viu tudo isso, e repassou esse exemplo para os seus filhos.
Mas e a violência social, o que se pode fazer dela? Existe solução? Os brasileiros moram em um país democrático, que possui uma maravilhosa Constituição e que autoriza a eleição direta. Os caras que indicam suas secretarias que porventura estruturam a grade administrativa de nosso ensino, são os responsáveis por mantê-la funcionando. Se as crianças estão nas escolas, serão professores, médicos e ambientalistas capacitados no futuro. Depois disso tudo, ainda haverá violência social? Sim, haverá. A sociedade é formada por indivíduos que possuem emoções complexas, cada um diferente do outro, influenciados por âmbitos também diferentes. Por isso é tão difícil evitar acidentes sociais, sobretudo contra grupos destacados como sujeitos as maiores problemáticas: negros, pobres e mulheres.
Embora possa existir sempre esse vírus social que atinge todas as classes e todos os agentes da sociedade, nada mais natural que seguir adiante com a vida. Seguir adiante não significa deixar tudo como está, esquecendo o dever de fazer sua parte, mesmo que em pequenos detalhes do cotidiano. Nas eleições, nos congressos, nas assembleias, nas práticas sociais beneficentes, ajudar é somente prestar um serviço a comunidade. Não é salvar a pátria. É fazer uma pequena diferença onde se mora. Quem sabe, com isso, mudando um pouco a situação aparente atual, as horas voltarão a ser dadas, e o medo não conviverá mais com todos.


*texto publicado originalmente no Blog do Ivenio Hermes

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A batalha dos saberes

Hoje, quem sabe mais, vence! Antes, era o corpo e a força física que distinguia um bom trabalhador de um empregado que não rendia o suficiente. Por essa mudança, provavelmente influenciada ou até movida pela revolução informacional, as pessoas que não conhecem um pouco de tudo, no mundo do trabalho, estão fora dele, e serão os peões das organizações.

E não falo em ter um diploma de graduação ou uma pós qualquer. Não! Ter sabedoria, é ter curiosidade por tudo. Conhecer diversos conhecimentos, desde artes à política, de economia à conhecimentos referentes a natureza e o uso da sustentabilidade na era contemporânea das grandes organizações.

Se engana quem pensa que possuir um diploma significa um status de integridade intelectual. Você conhece um muito de um pouco, mas não consegue conversar sobre vários temas, mesmo que superficiais, em uma conversa com os amigos de trabalho, ou com o seu superior na empresa.

E esse conhecimento vai desde a inteligência emocional à inteligência técnica, referente a sua atividade. Saber se comportar emocionalmente em diversos ambientes, e promover a integração das pessoas, é um dos conhecimentos mais valorizados hoje pelas empresas. É a postura de um líder que consegue manter todos unidos por um objetivo, e traçar metas onde todos possam cumpri-las de forma prática e dinâmica.

A batalha dos saberes é um campo de minas explosivas, quando muitos soldados ficam para trás. Alcançar o seu território, nesta parte, é uma tarefa individual, e motivada somente pela sua força de vontade. A mesma força de vontade que te impulsiona a ver além do óbvio, o que também é uma tarefa difícil, complicada e desgastante na grande maioria das vezes.

sábado, 27 de abril de 2013

A fé de todos

Se Deus existe, ele deve amar a todos. Essa é uma das certezas que a mais nova instituição religiosa aqui no Brasil prega: a Igreja Cristã Contemporânea surgiu de um afeto com os fiéis rejeitados pelas igrejas tradicionais.

Fundada em 2006 pelo pastor Marcos Gladstone, a Igreja Cristã Contemporânea esta sendo conhecida como "igreja gay", claro, por ter seu maior número de fiéis fazendo parte da comunidade GLBT. Além de realizar cerimônias homoafetivas, a igreja defende que a Bíblia não condena a homossexualidade.

Com 8 sedes no país e com mais de 1.800 seguidores, a igreja e o seu fundador (gabaritado teólogo e palestrante) chamam a atenção para o que seria um país laico, mesmo que no sentido fácil da palavra.

Veja a reportagem e o vídeo sobre a igreja no Site da UOL


Foto: Google 
É secular as acusações das igrejas tradicionais sobre os homossexuais, repudiando-os e condenando-os "ao fogo eterno". Diante dessa exclusão, a criação de um novo templo que receba qualquer tipo de fiel sem distinção de raça, credo ou condição sexual, gera ainda mais problemas entre os pastores críticos da famosa e retrógrada Assembléia, a familiar e  rica Universal e a mãe de todas, a Católica. Por seus representantes, "munidos pelas palavras sagradas e regidos pela força espiritual fortificada", condenam àqueles que não seguem os mandamentos de Deus.

Mas uma questão é singular: a fé é de todos? Se a Bíblia condena o pecado, como aqueles que "estão" nele, pelas palavras do Livro, podem exigir benção através da fé?

Uma nação composta por diversos credos, ainda preconiza os diversos rituais sagrados das comunidades em todas as regiões do país. A fundação da Igreja Cristã Contemporânea reacende as discussões sobre o tema e defende uma minoria que persiste na busca por uma das práticas mais antigas da existência humana: crer em algo.

A fé requer bem mais que palavras de um livro, ou a aceitação de uma instituição que renega seus membros mais necessitados. O Todo Poderoso (ou qualquer outro tipo de imagem espiritual, excetuando-se o ateísmo) nos dá mente e corpo, e a fé, independentemente de benção ou não dos homens, é interior e pessoal.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O trote de cada ano

É quase obrigação após as provas dos vestibulares, e com a confirmação e aprovação nos processos seletivos, os novos universitários participarem dos "trotes" de ingresso ao mundo acadêmico. Esses rituais de integração são realizados pelos veteranos. Quase sempre é uma brincadeira sem nenhum tipo de violência física ou verbal, afinal, esse não é (seria) o objetivo de toda essa saudável recepção.

Entretanto, há anos constatamos que o "trote" chegou a um nível de hierarquia entre os alunos veteranos e os novatos. Esses últimos, estão sujeitos a ingerir quantidades enormes de bebidas alcoólicas, pedir moedas nos sinais, sujar-se e serem humilhados com concursos da garota "mais vagabunda".

Os exemplos abaixo são referências das consequências causadas em alguns "trotes" nas universidades brasileiras, que incentivam a raiva e a humilhação com os jovens ingressantes. Alguns casos, como o de Edson Tsung Chi Hsueh, tiveram um fim trágico.


Chi Hsueh foi encontrado morto em uma piscina logo após um churrasco de recepção. Ele era calouro do curso de medicina na USP. O caso aconteceu em 1999, e quatro pessoas na época foram indiciados pela sua morte, no entanto o caso foi arquivado em 2006.


Bruno César Ferreira, na época com 21 anos, foi obrigado a ingerir grande quantidade de bebida, ficando em coma alcoólico, sendo depois espancado por diversos estudantes. A agressão ocorreu em 2009.


No interior de São Paulo, em 2010, um estudante calouro foi obrigado a beber etanol; no mesmo trote, os estudantes passaram por violência físicas e psicológicas por mais 8 horas.

fotos: Google e site UOL

Na Faculdade de Direito da UFMG, em março deste ano (2013), o "trote" acarretou em acusações de racismo e sexismo.

Muitos exemplos ilustram o "trote" violento em que alguns estudantes são obrigados a participar de eventos como: envolvendo a cabeça de um porco, suas vísceras e ovos podres (neste ano, 2013, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul); quando três veteranos atearam fogo em um estudante (em 1998, com o estudante Rodrigo Favoretto Peccini); ou quando estudantes "gordinhas" são agarradas e usadas como "rodeio das gordas" (em outubro de 2009). Na UFVJM os calouros foram amarrados,  enquanto os veteranos jogavam baldes de fezes de animais neles.

O ingresso na universidade é um momento de muita alegria para o estudante e toda a família, em que o "trote" saudável serve ainda para motivar mais o estudante no cumprimento de suas obrigações estudantis. É o momento de conhecer os veteranos e criar laços de amizade. Deve existir sim a integração, mas de forma consciente e sem coação dos ingressantes.

Muitos bons exemplos são encontrados pelas universidades brasileiras em relação ao "trote", como doar sangue, arrecadar cestas básicas ou visitar uma instituição que trata de crianças com câncer. É só uma questão de bom senso.

Os maus exemplos estão sendo banidos nos campus universitários e investigados pela política militar e pelas reitorias das universidades. Nos casos encontrados, os agressores poderão ser expulsos de seus cursos e responderão por agressão física e outros termos, dependendo do nível da agressão e violência.

domingo, 21 de abril de 2013

Uma visita ilustre e passageira: Joaquim Barbosa em Alcaçuz

O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal de Federal, visitou a maior penitenciária do RN, nesta última sexta-feira. Segundo a diretora do presídio, Dinorá Simas, o ministro "apenas observou, sem falar nada" da situação precária do local. Nesses 15 minutos de visita, os presos gritavam, pedindo ajuda, e o ministro apenas verificava as infiltrações, os vasos sanitários quebrados, e os problemas gerais e eternos de Alcaçuz. Os membros da comitiva passearam pelo pavilhão 2 da unidade.

foto: G1
A visita serviu para avaliar as instalações da unidade prisional. Joaquim Barbosa relatou que "a situação é caótica. As unidades prisionais do estado não respeitam padrões mínimos de dignidade humana". Isso já sabemos.

O que também já sabemos é que após a visita meteórica do ministro, a situação continuará a mesma. Assim como as condições de saúde e segurança, que estão no mesmo patamar caótico, tomando as palavras da V.Ex Sr. Ministro.

Não basta apenas visitas, falácias e promessas: nossas penitenciárias estão esgotadas, e não seguram mais nossos detentos. Escapar de uma penitenciária, no nosso estado, é mais fácil que achar o culpado do próprio crime cometido.

sábado, 20 de abril de 2013

Massacre do Carandiru: o direito à justiça negado

Em 2 de outubro de 1992, uma rebelião no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo obrigou a entrada da polícia militar na área, a fim de controlar a revolta dos detentos. A entrada dos policiais foi liderada pelo coronel Ubiratan, e o acontecimento ficou conhecido como o Massacre do Carandiru. Foram mortos 111 entre os detentos, e dos 68 policiais envolvidos na ação, nenhum deles saíram feridos.

Vinte anos depois do massacre, 23 dos policiais que adentraram na Casa de Detenção foram condenados pela morte de 13 detentos, penas chegando a 156 anos. Se quer ler mais sobre o julgamento dos PMs, clique aqui.


fotos: Google

O extermínio dos detentos na Casa de Detenção apesar de ser uma triste história de nossa Justiça brasileira, de alguma forma traz à tona a nossa jovem e violenta forma de proteger nossos familiares e garantir a ordem da sociedade. Pôr fim a 111 vidas é o modo certo de garantir bem-estar social? Claro, vão dizer: "eles também tiraram vidas, destruíram famílias. É morte para esse famigerados!!". Não. Não é punir com a mesma arma aqueles que cometeram crimes.

Uma das fotos acima é um retrato do que a Justiça não deve fazer. Não são atos de violência contra os direitos humanos a melhor forma de reverter esse triste processo instalado no direito individual. Para entender a situação dos detentos no Pavilhão 9, leia o texto de Osvald Negrini Neto, e observem os comentários simplórios dos usuários.

Ao fim dos trabalhos, os detentos sobreviventes foram obrigados a carregar os companheiros de celas mortos. A maioria deles, presos de primeira condenação, diferente do que a mídia na época evocava dizendo ser homens da mais alta periculosidade. A população saiu ás ruas agradecendo aos policiais que "limparam a nação dos homens maus".

Limpar homens maus. Talvez a próxima sujeira de nossa Justiça seja a pena de morte. Quem sabe, ela é feita por homens...

domingo, 14 de abril de 2013

O jovem infrator: redução da maioridade penal

O ódio e repúdio que alguns jovens possuem da sociedade e daqueles que a constituem, quando falo em sinal de respeito e cidadania, podem ter várias origens, mas todas elas advindas de um único pressuposto: a própria sociedade. Quando falo de sociedade, me refiro ao ambiente que os jovens se desenvolvem e sofrem influências de seus amigos, dos pais e da educação que não tiveram.

A pena punível no direito penal brasileiro ocorre apenas em indivíduos com 18 anos ou mais. Crimes praticados antes dessa idade (um dado mínimo de 2%) não será condenado e jugado, apenas constituirá uma estatística cada vez mais alarmante: os adolescentes estão mais agressivos e ingressantes no mundo do crime.

Chega a assustar: quadrilhas recrutam meninos de 14, 15, 16 anos para comporem o grupo, e dessa forma, caso sejam pegos, não serão autuados como infratores principais, salvando assim toda a "equipe do crime".


foto: Uma outra opinião

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, a Ordem dos Advogados do Brasil e diversos juristas e estudiosos do assunto condenam a redução da maioridade penal. O problema dos jovens criminosos deve ser estudado para identificar e solucionar as deficiências de certas áreas do país a respeito de educação, fome e saúde. Sem qualidade de vida, a doença social (leia-se violência, fome e miséria) pode permanecer mesmo com programas do governo que apenas disfarçam os problemas sociais.

A aprovação da redução da maior idade penal tapará os problemas sociais da comunidade, jogará jovens em penitenciárias estruturalmente não alocáveis e gerará um intenso e contínuo fluxo de produzir adolescentes inundados de ódio pelos seus semelhantes (muitas das penitenciárias brasileiras são uma espécie de escola do crime, onde os alunos aprendem a odiar e rejeitar os bons costumes civis).

terça-feira, 9 de abril de 2013

Jogar lixo na rua, agora pode custa caro

Sabem aquelas pessoas nos carros, ônibus e nas ruas que terminam de beber uma água ou tomar um refrigerante e jogam o objeto numa vala qualquer? Então, agora esse ato vai mexer no bolso deles. A cidade do Rio de Janeiro vai aplicar em julho próximo uma lei que estava em vigor desde 2001: jogar lixo na rua, agora poderá custar caro, podendo sofrer uma multa de até R$3.000.

Segundo o município, a decisão poderá conscientizar a população sobre o ato de manter as ruas limpas, e colaborar com o sistema de limpeza urbana. Por exemplo: um "cidadão" que jogar o equivalente a uma lata de refrigerante nas ruas, pagará algo em torno de R$157. Quanto maior a quantidade dos resíduos, maior o valor a ser pago. No caso do infrator não pagar a multa, ele terá seu titulo de eleitor bloqueado e seu nome será encaminhado para o SERASA.




Tudo bem, é uma ideia a se pensar, mas mexer no bolso pode resolver? As estatísticas de acidentes de trânsito diminuíram, mas não é uma mudança tão impressionante assim.

Existem diversas leis, decretos e códigos que regulamentam a preservação ambiental de nosso meio-ambiente, no entanto são desrespeitados como uma folha em branco qualquer. Conscientização ambiental não é feita a partir de multas,  é um processo contínuo e coletivo, aplicado e desenvolvido nos menores (crianças nas escolas) e nos maiores (televisão poderia servir ao menos para isso).

sábado, 6 de abril de 2013

Exame da OAB: índices e formas de avaliação

A primeira fase do 10° Exame da OAB será aplicado neste mês dia 28. O exame é o ponto-chave para medir a qualidade dos cursos de direito no Brasil, e o nível de conhecimento dos graduados. A responsabilidade da elaboração do Exame de Ordem Unificado nas edições anteriores da prova estava a cargo do MEC, contudo o novo coordenador nacional do exame, Leonardo Avelino Duarte, diz que "o envolvimento entre as duas instituições é imprescindível, uma vez que o MEC autoriza e reconhece o funcionamento das faculdades de direito, porém quem pode legalmente dizer se alguém é capaz de advogar ou não, é a OAB".



O graduado em direito só poderá advogar se obter o certificado da OAB, passando nas duas fases do exame. Nas edições anteriores, o índice de reprovação foi altíssimo (89,7%, 2012), o que pode caracterizar tanto o despreparo dos candidatos como o alto nível da prova, sendo este o último o mais questionado pelos estudantes. Em relação ao nível do exame, os especialistas afirmam que continua o mesmo, nem alto e nem baixo.

Duarte pretende dialogar com as universidades e os acadêmicos, e aperfeiçoar o exame repensando o conteúdo programático e a forma de avaliação. 

Nesta primeira fase, o candidato deve acertar mais de 50% da prova para seguir na segunda etapa. Lembrando que o graduado só poderá ocupar cargos públicos, como procurador do estado e advogado da união, se possuir a carteira da OAB.

Leia mais no UOL - EDUCAÇÃO

terça-feira, 2 de abril de 2013

As palavras são apenas um começo

Corrupção, violência, educação básica deficiente, e vários outros temas que assolam a indignação de nossa sociedade. Nesse momento, não basta apenas falar, é necessário ir à luta e defender nossos direitos e exigir os deveres daqueles que ocupam os cargos públicos. E quem vai à luta? Pensando bem, falar já é um começo.

Tudo começa pela indignação. Você assiste uma reportagem na tv, que mostra três jovens, aparentemente apenas conversando, e do nada surgem dois homens em uma moto: os garotos que estão sentados na calçada são executados com vários tiros. Antes de fugirem do local do crime, os assassinos se certificam do trabalho, e disparam mais alguns tiros naqueles que provavelmente já estavam sem vida. Um terceiro jovem consegue fugir. Dos dois jovens executados, segundo os pais, era inocente e não tinha envolvimento no crime do tráfico de drogas. Estava no local errado, na hora errada, com as pessoas erradas. Informações dizem que os criminosos eram policiais, o que não é tão impressionante. 

Impressiona é o fato de uma viatura da polícia está a poucos metros da cena do crime, observando tudo, e agindo somente quando os executores fogem em sua moto. Um ato de negligência? Desatenção? Corrupção? O Departamento ainda averiguará o caso. Essa reportagem foi transmitida no Fantástico, na emissora Globo, no último domingo. Esse tipo de caso acontece todos os dias. No entanto, ainda impressiona pela crueldade. 


Foto: Google

Então, por que escrever sobre o assunto, afinal, nada posso fazer para resolvê-lo? Não é preciso ser jornalista para escrever. Quando se escreve há algo maior que o próprio tema a ser comentado, é o espaço de gerar discussão sobre o tema, levantar suposições e divulgar o que muitos se negam a conhecer. Por isso, discorrer em palavras o que se quer falar, não é uma revolta (ou pode ser), babaquice ou o "querer aparecer" e a falta do que fazer; pensar assim é um pensamento redutível e ignorante. Quem não fala, se cala para a sociedade. E aceita de bom grado o roubo, os shows e os "frees" dos nossos representantes...

domingo, 31 de março de 2013

Quando o humor perde a graça

A página UFRNDepressão, no Facebook, publicou uma foto sobre a páscoa, fazendo uma analogia com um gato que, por consequência dos hábitos e desenvolvimento biológico, pode transmitir a doença toxoplasmose. No entanto, além da postagem ser desrespeitosa com a data vigente (a ressurreição de Cristo), assim como transmitir uma informação de saúde pública de forma agressiva, grosseira, errônea, e com um humor negro de mal-gosto, a união desses fatores que, juntos atingem uma grande quantidade de pessoas podem gerar uma educação social doentia sobre animais domésticos.

Animais esses que são protegidos pela Lei Federal 9.605/98, que fala dos Crimes Ambientais. Pode ser exagero, afinal não foi cometido nenhuma agressão diretamente aos animais. Mas declarar, mesmo que sem o intuito de promover a disseminação de ódio e repúdio contra os animais, as postagens, que são curtidas, compartilhadas e comentadas por dezenas e milhares de usuários podem gerar sim um sentido negativo em relação a eles.



Aliás, a gatinha do setor II foi até utilizada como garota-propaganda da postagem feita pela página. Enfim, é um humor que não vale a pena, e perde toda sua graça quando construída sobre o desrespeito com aqueles que acreditam na Páscoa como uma data de renovação, e com os cidadãos que protegem os animais.

Não vale publicar aqui a foto mencionada na página.

[atualização]
Minutos depois dos comentários dos usuários indignados com a postagem, a publicação foi retirada do ar pela página, e com um pedido de desculpa. 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Violência nas escolas

Décadas atrás o mínimo desrespeito com nossos mestres professores era considerado uma ofensa grave. Hoje, são entendidas como consequências de uma sociedade problemática. A sequência do vídeo anexado logo abaixo pode gerar repúdio em alguns, e algumas reflexões sobre a situação cruel que as escolas públicas e particulares do país estão sofrendo.



Alunos que espancam professores por ter tirado notas baixas nas provas, professores que revidam a violência em um ato de desespero moral. Alunos que cogitam a agressão e incentivam o desprezo pelo respeito ao próximo (como no vídeo acima); no caso, um professor que tem como meta ensinar e torná-los "alguém na vida".

Anos atrás o conceito de bullying definiu a violência escolar entre os alunos, e contra os professores, que definição teremos? Não só os atos de violência provocados pelos alunos, mas a forma que está se moldando as ações e reações da população contra os gostos e as opiniões. É raiva, ira e desrespeito. Não é e nunca será uma questão de má índole. Fazer essa declaração é subjugar o próprio ser humano de suas escolhas. O ambiente cria o homem, dessa forma, o ambiente está infectado com uma doença social reacionária, até agora, sem cura. 



Iremos ainda muitas vezes observar imagens como estas, e novamente, como esta será em alguns meses, esquecidas.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Os melhores cursos de Engenharia Química do Brasil

Não basta apenas gostar de química. Todos os conhecimentos da grande área das exatas são necessários para os alunos que estudam ou pensam em ingressar no curso de Engenharia Química. Além de conter na maioria de sua grade curricular, das universidades brasileiras, disciplinas que envolvam cálculo, intensas práticas laboratoriais e conhecimentos específicos em programas de computador, o curso possibilita um desenvolvido técnico diferente de muitos em uma graduação.


Para aqueles que pensam em ingressar em Engenharia Química, aqui vai a lista das melhores universidades que oferecem o curso, selecionada pelo site Guia do Estudante, em sua edição de 2013, referência nacional na área de pesquisas e divulgação sobre educação:

Faculdade
Estrelas
(RJ) Rio de Janeiro – UFRJ★★★★★
(RS) Porto Alegre – UFRGS★★★★★
(SC) Florianópolis – UFSC★★★★★
(SP) Campinas – Unicamp★★★★★
(SP) São Carlos – UFSCar★★★★★
(SP) São Paulo – USP★★★★★
(CE) Fortaleza – UFC★★★★
(MG) Belo Horizonte – UFMG★★★★
(MG) Uberlândia – UFU★★★★
(PE) Recife – UFPE★★★★
(PR) Curitiba – UFPR★★★★
(PR) Maringá – UEM★★★★
(RJ) Rio de Janeiro – PUC-Rio★★★★
(RN) Natal – UFRN★★★★
(SP) Lorena – USP★★★★


Fonte: Guia do Estudante

Para ler um pouco mais sobre o assunto, visite o Guia do Estudante

A integração das disciplinas

O MEC nos próximos anos vai implementar o estudo das disciplinas integralizadas, afim de melhorar a educação no país. No ensino médio, o aluno hoje estuda uma média de 13 disciplinas, e com a mudança serão quatro grandes áreas do conhecimento: ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática.



A integração e interdisciplinaridade das matérias pode facilitar o estudo dos alunos, e segundo o ministro da educação, Aloizio Mercadante, "o aluno não vai ter mais a dispersão de disciplinas", em entrevista à Folha de São Paulo.

Capacitar os professores, elaborar um material que abrange todo o conteúdo e unificar as escolas nesse processo de mudança curricular é uma das maiores dificuldades do MEC. O material didático, aliás, será uma das primeiras mudanças nesse processo, sendo elaborado ainda este ano.

A ideia é boa, e anda lado a lado com uma das provas mais importantes do país, o ENEM, que recentemente vêm sofrendo duras críticas pela sua correção das redações que beneficia candidatos visivelmente incapacitados para o ensino superior.

quarta-feira, 27 de março de 2013

O tempo como inimigo

Dependendo dos horários das aulas, o estudo exige bem mais tempo. Normalmente, no turno da manhã, os alunos pagam em média 6 a 7 disciplinas por semestre, enquanto que à noite 5 é o normal. Claro, excluindo-se as disciplinas optativas e extra-obrigatórias em outros cursos.

Pagando 6 disciplinas, num curso de humanas, quer dizer que o estudante terá que ler algo em torno de 6 a 10 textos para as aulas por semana. Aliás, os escritos DEVEM ser lidos antes das aulas. O aluno leva somente anotações e perguntas. Inicialmente, são pequenos textos, capítulos dos livros. Com o tempo, serão livros, um, dois, três por disciplina. A área de humanas exige uma leitura aprofundada e solitária.

Essa carga de leitura também existe nas outras áreas, porém com menos intensidade. Nas exatas, os cálculos e fórmulas de certa forma são mais fáceis de compreender do que uma concepção de um autor em um livro. É entender o processo e realizá-lo repetidas vezes que tudo pode dar certo. Nas biológicas, principalmente em cursos como Farmácia, Biologia e Medicina a leitura de vários livros é importante.

No entanto, como ler tanto em tão pouco tempo? Muitos estudantes trabalham, outros são bolsistas da universidade (tema que vou falar nos próximos capítulos). Tudo bem que a madrugada foi feita para dormir, mas não para os universitários. Quem trabalha de manhã e de tarde, e estuda de noite, ou vice-versa, tem toda a madrugada (e os finais de semana, feriados e dias santos) para rever os textos, fazer os cálculos ou dissecar um anfíbio metodicamente nos livros.

Ler nos ônibus (engarrafamentos), nos intervalos e almoços do trabalho. Sempre há um jeito de ler o que se deve ler. Não há desculpa. Acompanhar as leituras recomendadas pelos professores além de formar uma concepção sobre os assuntos tratados em sala, não corre o risco de chegar na prova e encontrar a seguinte questão: "Descreva as principais noções do texto tal, e comente sobre o método utilizado para chegar a tal resultado". E dentre várias outras surpresas.

sábado, 23 de março de 2013

Quando dois corpos ocupam o mesmo espaço

Os ônibus no campus da UFRN sempre andam lotados, principalmente nos horários de pico. Apesar de transitar o eficiente circular da universidade e os ônibus urbanos de três empresas diferentes, ainda não é suficiente.

A universidade possui mais de 36.000 estudantes, que se dividem nos três turnos, e todos os anos ingressam milhares de outros. A situação é antiga, mas atual: um conglomerado de estudantes que se amontoam num espaço apertado: uma sardinha enlatada. Tudo piora nos dias de chuva. Desrespeito, falta de atenção da reitoria com os estudantes e uma constante luta dos movimentos estudantis, por enquanto esse problema ainda vai continuar.



Uma solução secundária foi tomada por alguns usuários, que criaram um grupo no Facebook chamado Carona. Lá, eles combinam os horários das caronas, o que facilita para alguns ir de um ponto a outro nesta cidade que mal anda.

Conheçam o grupo Carona - RN

Entender as origens

Muitos dos textos que são lidos na faculdade, são de autores que deram início à ciência que estudamos. São escritos bem antigos, que sofreram dezenas de edições, para várias línguas por vários autores. Quando pegamos as teorias dos autores clássicos, a carga de informação se transforma num estudo massante e complexo.

Complexo por que uma teoria só pode ser compreendida se o leitor tiver conhecimentos básicos sobre o tema. Claro, os professores repassam para nós pequenos textos introdutórios, bem fáceis de ler. Mas não é o suficiente. O impacto teórico inicial diante das maiores obras sobre o tema estudado é inevitável. Se bem que estudar Malinowski é interessante; diferente de Durkheim e sua regra do método sociológico. O que também não deixa de ser interessante. Mas peguemos nas mãos os escritos de Nietzsche, Heidegger ou Foucault. Tudo muda.

Isso pode, ou vai com quase certeza, acontecer com Cálculo I e Neuroanatomia. Só para citar exemplos. As origens em outras matérias podem ser a base para todo o processo que virá adiante, vide Cálculo I. Uma dica é certa: leia tudo que for passado para vocês.

O moralismo, o pudor ou compreender o que se quer criticar

É óbvio! A universidade é um espaço onde os estudantes podem extravasar (aí insere-se o índice limite de) seus pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos sociais, culturais ou políticos, que acontecem dentro ou fora do campus.

Dessa forma, o grupo Cruor de arte contemporâneo realizaram uma apresentação/representação/manifestação artística, em plena luz do dia, munidos da força do livre-arbítrio. O diferente aí foi a forma utilizada para chamar a atenção: todos nus, pelados, sem roupa, assim como nasceram. É bom repetir: nus, pelados, sem roupa. Num primeiro momento, para os moralistas cristãos-ortodoxos, essas palavras podem assustar; afinal são seres humanos sem roupa!



Mas o sentido do grupo, acredito eu, não tenha sido um atentado violento ao pudor. Assusta, na verdade, a arte contemporânea no todo não é compreensível para muitos, e estou incluso nisto. No entanto, o que há de bom na arte é entender o que ela quer falar, ou gritar no exemplo do grupo Cruor.

Num país onde a Globeleza desnuda dança na tv não importando o horário, cenas de sexo são transmitidas pelas novelas diárias e programas de tv aberta mostram corpos à beira de um colapso sexual: a arte (ou não) deve ser criticada?