domingo, 31 de março de 2013

Quando o humor perde a graça

A página UFRNDepressão, no Facebook, publicou uma foto sobre a páscoa, fazendo uma analogia com um gato que, por consequência dos hábitos e desenvolvimento biológico, pode transmitir a doença toxoplasmose. No entanto, além da postagem ser desrespeitosa com a data vigente (a ressurreição de Cristo), assim como transmitir uma informação de saúde pública de forma agressiva, grosseira, errônea, e com um humor negro de mal-gosto, a união desses fatores que, juntos atingem uma grande quantidade de pessoas podem gerar uma educação social doentia sobre animais domésticos.

Animais esses que são protegidos pela Lei Federal 9.605/98, que fala dos Crimes Ambientais. Pode ser exagero, afinal não foi cometido nenhuma agressão diretamente aos animais. Mas declarar, mesmo que sem o intuito de promover a disseminação de ódio e repúdio contra os animais, as postagens, que são curtidas, compartilhadas e comentadas por dezenas e milhares de usuários podem gerar sim um sentido negativo em relação a eles.



Aliás, a gatinha do setor II foi até utilizada como garota-propaganda da postagem feita pela página. Enfim, é um humor que não vale a pena, e perde toda sua graça quando construída sobre o desrespeito com aqueles que acreditam na Páscoa como uma data de renovação, e com os cidadãos que protegem os animais.

Não vale publicar aqui a foto mencionada na página.

[atualização]
Minutos depois dos comentários dos usuários indignados com a postagem, a publicação foi retirada do ar pela página, e com um pedido de desculpa. 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Violência nas escolas

Décadas atrás o mínimo desrespeito com nossos mestres professores era considerado uma ofensa grave. Hoje, são entendidas como consequências de uma sociedade problemática. A sequência do vídeo anexado logo abaixo pode gerar repúdio em alguns, e algumas reflexões sobre a situação cruel que as escolas públicas e particulares do país estão sofrendo.



Alunos que espancam professores por ter tirado notas baixas nas provas, professores que revidam a violência em um ato de desespero moral. Alunos que cogitam a agressão e incentivam o desprezo pelo respeito ao próximo (como no vídeo acima); no caso, um professor que tem como meta ensinar e torná-los "alguém na vida".

Anos atrás o conceito de bullying definiu a violência escolar entre os alunos, e contra os professores, que definição teremos? Não só os atos de violência provocados pelos alunos, mas a forma que está se moldando as ações e reações da população contra os gostos e as opiniões. É raiva, ira e desrespeito. Não é e nunca será uma questão de má índole. Fazer essa declaração é subjugar o próprio ser humano de suas escolhas. O ambiente cria o homem, dessa forma, o ambiente está infectado com uma doença social reacionária, até agora, sem cura. 



Iremos ainda muitas vezes observar imagens como estas, e novamente, como esta será em alguns meses, esquecidas.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Os melhores cursos de Engenharia Química do Brasil

Não basta apenas gostar de química. Todos os conhecimentos da grande área das exatas são necessários para os alunos que estudam ou pensam em ingressar no curso de Engenharia Química. Além de conter na maioria de sua grade curricular, das universidades brasileiras, disciplinas que envolvam cálculo, intensas práticas laboratoriais e conhecimentos específicos em programas de computador, o curso possibilita um desenvolvido técnico diferente de muitos em uma graduação.


Para aqueles que pensam em ingressar em Engenharia Química, aqui vai a lista das melhores universidades que oferecem o curso, selecionada pelo site Guia do Estudante, em sua edição de 2013, referência nacional na área de pesquisas e divulgação sobre educação:

Faculdade
Estrelas
(RJ) Rio de Janeiro – UFRJ★★★★★
(RS) Porto Alegre – UFRGS★★★★★
(SC) Florianópolis – UFSC★★★★★
(SP) Campinas – Unicamp★★★★★
(SP) São Carlos – UFSCar★★★★★
(SP) São Paulo – USP★★★★★
(CE) Fortaleza – UFC★★★★
(MG) Belo Horizonte – UFMG★★★★
(MG) Uberlândia – UFU★★★★
(PE) Recife – UFPE★★★★
(PR) Curitiba – UFPR★★★★
(PR) Maringá – UEM★★★★
(RJ) Rio de Janeiro – PUC-Rio★★★★
(RN) Natal – UFRN★★★★
(SP) Lorena – USP★★★★


Fonte: Guia do Estudante

Para ler um pouco mais sobre o assunto, visite o Guia do Estudante

A integração das disciplinas

O MEC nos próximos anos vai implementar o estudo das disciplinas integralizadas, afim de melhorar a educação no país. No ensino médio, o aluno hoje estuda uma média de 13 disciplinas, e com a mudança serão quatro grandes áreas do conhecimento: ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática.



A integração e interdisciplinaridade das matérias pode facilitar o estudo dos alunos, e segundo o ministro da educação, Aloizio Mercadante, "o aluno não vai ter mais a dispersão de disciplinas", em entrevista à Folha de São Paulo.

Capacitar os professores, elaborar um material que abrange todo o conteúdo e unificar as escolas nesse processo de mudança curricular é uma das maiores dificuldades do MEC. O material didático, aliás, será uma das primeiras mudanças nesse processo, sendo elaborado ainda este ano.

A ideia é boa, e anda lado a lado com uma das provas mais importantes do país, o ENEM, que recentemente vêm sofrendo duras críticas pela sua correção das redações que beneficia candidatos visivelmente incapacitados para o ensino superior.

quarta-feira, 27 de março de 2013

O tempo como inimigo

Dependendo dos horários das aulas, o estudo exige bem mais tempo. Normalmente, no turno da manhã, os alunos pagam em média 6 a 7 disciplinas por semestre, enquanto que à noite 5 é o normal. Claro, excluindo-se as disciplinas optativas e extra-obrigatórias em outros cursos.

Pagando 6 disciplinas, num curso de humanas, quer dizer que o estudante terá que ler algo em torno de 6 a 10 textos para as aulas por semana. Aliás, os escritos DEVEM ser lidos antes das aulas. O aluno leva somente anotações e perguntas. Inicialmente, são pequenos textos, capítulos dos livros. Com o tempo, serão livros, um, dois, três por disciplina. A área de humanas exige uma leitura aprofundada e solitária.

Essa carga de leitura também existe nas outras áreas, porém com menos intensidade. Nas exatas, os cálculos e fórmulas de certa forma são mais fáceis de compreender do que uma concepção de um autor em um livro. É entender o processo e realizá-lo repetidas vezes que tudo pode dar certo. Nas biológicas, principalmente em cursos como Farmácia, Biologia e Medicina a leitura de vários livros é importante.

No entanto, como ler tanto em tão pouco tempo? Muitos estudantes trabalham, outros são bolsistas da universidade (tema que vou falar nos próximos capítulos). Tudo bem que a madrugada foi feita para dormir, mas não para os universitários. Quem trabalha de manhã e de tarde, e estuda de noite, ou vice-versa, tem toda a madrugada (e os finais de semana, feriados e dias santos) para rever os textos, fazer os cálculos ou dissecar um anfíbio metodicamente nos livros.

Ler nos ônibus (engarrafamentos), nos intervalos e almoços do trabalho. Sempre há um jeito de ler o que se deve ler. Não há desculpa. Acompanhar as leituras recomendadas pelos professores além de formar uma concepção sobre os assuntos tratados em sala, não corre o risco de chegar na prova e encontrar a seguinte questão: "Descreva as principais noções do texto tal, e comente sobre o método utilizado para chegar a tal resultado". E dentre várias outras surpresas.

sábado, 23 de março de 2013

Quando dois corpos ocupam o mesmo espaço

Os ônibus no campus da UFRN sempre andam lotados, principalmente nos horários de pico. Apesar de transitar o eficiente circular da universidade e os ônibus urbanos de três empresas diferentes, ainda não é suficiente.

A universidade possui mais de 36.000 estudantes, que se dividem nos três turnos, e todos os anos ingressam milhares de outros. A situação é antiga, mas atual: um conglomerado de estudantes que se amontoam num espaço apertado: uma sardinha enlatada. Tudo piora nos dias de chuva. Desrespeito, falta de atenção da reitoria com os estudantes e uma constante luta dos movimentos estudantis, por enquanto esse problema ainda vai continuar.



Uma solução secundária foi tomada por alguns usuários, que criaram um grupo no Facebook chamado Carona. Lá, eles combinam os horários das caronas, o que facilita para alguns ir de um ponto a outro nesta cidade que mal anda.

Conheçam o grupo Carona - RN

Entender as origens

Muitos dos textos que são lidos na faculdade, são de autores que deram início à ciência que estudamos. São escritos bem antigos, que sofreram dezenas de edições, para várias línguas por vários autores. Quando pegamos as teorias dos autores clássicos, a carga de informação se transforma num estudo massante e complexo.

Complexo por que uma teoria só pode ser compreendida se o leitor tiver conhecimentos básicos sobre o tema. Claro, os professores repassam para nós pequenos textos introdutórios, bem fáceis de ler. Mas não é o suficiente. O impacto teórico inicial diante das maiores obras sobre o tema estudado é inevitável. Se bem que estudar Malinowski é interessante; diferente de Durkheim e sua regra do método sociológico. O que também não deixa de ser interessante. Mas peguemos nas mãos os escritos de Nietzsche, Heidegger ou Foucault. Tudo muda.

Isso pode, ou vai com quase certeza, acontecer com Cálculo I e Neuroanatomia. Só para citar exemplos. As origens em outras matérias podem ser a base para todo o processo que virá adiante, vide Cálculo I. Uma dica é certa: leia tudo que for passado para vocês.

O moralismo, o pudor ou compreender o que se quer criticar

É óbvio! A universidade é um espaço onde os estudantes podem extravasar (aí insere-se o índice limite de) seus pensamentos e reflexões sobre os acontecimentos sociais, culturais ou políticos, que acontecem dentro ou fora do campus.

Dessa forma, o grupo Cruor de arte contemporâneo realizaram uma apresentação/representação/manifestação artística, em plena luz do dia, munidos da força do livre-arbítrio. O diferente aí foi a forma utilizada para chamar a atenção: todos nus, pelados, sem roupa, assim como nasceram. É bom repetir: nus, pelados, sem roupa. Num primeiro momento, para os moralistas cristãos-ortodoxos, essas palavras podem assustar; afinal são seres humanos sem roupa!



Mas o sentido do grupo, acredito eu, não tenha sido um atentado violento ao pudor. Assusta, na verdade, a arte contemporânea no todo não é compreensível para muitos, e estou incluso nisto. No entanto, o que há de bom na arte é entender o que ela quer falar, ou gritar no exemplo do grupo Cruor.

Num país onde a Globeleza desnuda dança na tv não importando o horário, cenas de sexo são transmitidas pelas novelas diárias e programas de tv aberta mostram corpos à beira de um colapso sexual: a arte (ou não) deve ser criticada?