sábado, 20 de abril de 2013

Massacre do Carandiru: o direito à justiça negado

Em 2 de outubro de 1992, uma rebelião no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo obrigou a entrada da polícia militar na área, a fim de controlar a revolta dos detentos. A entrada dos policiais foi liderada pelo coronel Ubiratan, e o acontecimento ficou conhecido como o Massacre do Carandiru. Foram mortos 111 entre os detentos, e dos 68 policiais envolvidos na ação, nenhum deles saíram feridos.

Vinte anos depois do massacre, 23 dos policiais que adentraram na Casa de Detenção foram condenados pela morte de 13 detentos, penas chegando a 156 anos. Se quer ler mais sobre o julgamento dos PMs, clique aqui.


fotos: Google

O extermínio dos detentos na Casa de Detenção apesar de ser uma triste história de nossa Justiça brasileira, de alguma forma traz à tona a nossa jovem e violenta forma de proteger nossos familiares e garantir a ordem da sociedade. Pôr fim a 111 vidas é o modo certo de garantir bem-estar social? Claro, vão dizer: "eles também tiraram vidas, destruíram famílias. É morte para esse famigerados!!". Não. Não é punir com a mesma arma aqueles que cometeram crimes.

Uma das fotos acima é um retrato do que a Justiça não deve fazer. Não são atos de violência contra os direitos humanos a melhor forma de reverter esse triste processo instalado no direito individual. Para entender a situação dos detentos no Pavilhão 9, leia o texto de Osvald Negrini Neto, e observem os comentários simplórios dos usuários.

Ao fim dos trabalhos, os detentos sobreviventes foram obrigados a carregar os companheiros de celas mortos. A maioria deles, presos de primeira condenação, diferente do que a mídia na época evocava dizendo ser homens da mais alta periculosidade. A população saiu ás ruas agradecendo aos policiais que "limparam a nação dos homens maus".

Limpar homens maus. Talvez a próxima sujeira de nossa Justiça seja a pena de morte. Quem sabe, ela é feita por homens...

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